quarta-feira, 7 de maio de 2014

Vereis, malditos.

Se os arbítrios ceifam,
Se os ímpetos imperam,
As vontades gritam,
Os olhos engolem!

Se os desejos desprezam,
Se os quereres só querelam,
Os prezados beijam,
Os pesados ferram!

Dos inúteis verbos, dos inúteis versos de dizer porquês,
Morram, morram os egos, morram vocês,
Vocês que nos prendem em nós de nós, em nós de Eus, nós de ser.

Dos fúteis que importunam, dos malditos infortúnios,
Das ralhas, relhas, rolhas herméticas de fazer certezas,
Morram em nossos punhos cerrados, em nossos sonhos "errados",
Morram em nossos berros somados,
Morram com seus heróis fardados,
Deuses inventados, inventores de setor,
Vetores de nossos brados!

Se em nosso caminho amamos,
Se perdoamos, se conversamos e versamos,
Vereis, VEREIS, MALDITOS,
Que se viéreis, lutamos,
Que destronamos os amos,
Que não deixamos!!

Se as minúcias somem,
Se as astúcias consomem,
DESBANCAMOS o homem,
DESCRIAMOS o maldito homem,

Somos o maldito insubmissível,
Insubmissível ao ser,
Nada somos que não seja aí,
Esteja por aí,
E despeje, com asco, com incompatibilidade,
O impossível conter 
Do não-ser
Sem Verdade!

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