domingo, 29 de julho de 2012

Releitura da "Esgomitolência":

Um "olá" para os leitores assíduos do blog da notchi. Aqui quem vos dirige a palavra (e dirige também a todos os outros que tomarem parte dessa comunicação) é o amigo Soldado Amarelo. Sem maiores apresentações, gostaria de expor-vos uma experiencia pela qual passei junto a dois amados druguis, Bob e Romeu.
Estávamos nós a colar cartazes progressistas na podreconservadora cidade de Rgmaaod. A madrugada era de chuva intensa, e a hora era "inapropriada", ou seja, ideal para que nós, druguis, pudéssemos exercer com maior liberdade a nossa expressão, se tratando de um ambiente público e de uma cidade como a nossa.
Por um certo tempo, pudemos fazê-lo eficientemente. Quando estávamos a terminar a nossa manifestação (por meio de mensagens progressistas e amorosas, vos falo, e utilizando o simbolo da notchi para interligar as comunicações) , ao aproximarmo-nos de uma faixa para atravessar a rua, fomos abordados agressivamente por um carro de uma rede privada de segurança: indagava-nos, um homem, por qual motivo colamos aqueles "adesivos nazistas" (sim amigos, ele afirmou: nazistas) "lá".
Nosso amigo Romeu, que estava mais próximo do carro, e da rua, respondeu que não se tratavam (obviamente, e controlando-se para não ser agressivo) de manifestos nazistas, e sim de símbolos, ideias e palavras que representavam Consciência, Liberdade e União. Uma exposição pública de tudo que vem sendo tratado nesse Blog, e tudo que defendemos, druguis, em favor da felicidade.
Após o curto período em que se desenvolveu a conversa, tendo nosso irmão Romeu dito que, à vontade, poderiam eles retirar o material, se a eles fosse incômodo, o segurança, acompanhado em seu carro por uma velha nojenta a própria cara irônica de medo, se retirou, também agressivamente.
Pergunto-lhes, druguis, o que acham que pensamos, nós, ao confrontar tamanha mentira, tamanho engano, tamanha confusão insistente e que proporcionou-nos minutos insegurança e de raiva. Perguntamo-nos, amigos, que tipo de ignorância poderia levar a confundir o nosso símbolo, com o pássaro nazista. Respondo-lhes, tendo pouco refletido, que se trata de um ignorante extremamente comum.
A liberdade que assumimos parece ser incômoda à maior parte da "esgomitolência" (haha) que cerca todos nós, Plusteens.  Mas digo-vos, amigos e leitores, que faremos isso de novo, e que nenhum medo ou opressão nos impedirá. Nada será maior do que nossa vontade.

Abraços e beijos do Amarelo Soldado.







segunda-feira, 23 de julho de 2012

Umas Denominações e Um Recado aos Nadsats.

Olá, caros Druguis. Sem demorar-me muito, quero estabelecer algumas denominações que eu creio que hão de ajudar-nos em nossos messeamentos neste pedaço um pouco menos voni do cybermundo-imundo.

Começo com uma nova definição para Nadsat. Sugiro passemos a chamar de nadsats os jovens de nosso mundo que agem indiscriminadamente de forma starre. Isso significa não ligar para tornar-se starre, Druguis. Significa não dar a mínima para conservadorismo, ser igual a P e M, dar o cu para O Carneiro, ENVELHECER - envelhecer por dentro ou por fora, na mente e no espírito ou no corpo. Sugiro-o justamente por causa da próxima proposição.
Chamemos a nós mesmos - nós, que presamos a juventude, que não queremos nos manter iguais sempre (conservar), mas sim ser melhores a cada dia (progredir) e que portanto queremos ser jovens em essência - de plusteens, (", oh meus irmãos"). Assim fazendo, estaremos mostrando mais claramente o que somos: não somos apenas jovens por felicidade cronológica, mas porque assim queremos ser. Queremos ser jovens, muito jovens, vivos, aptos à mudança, ao aprimoramento, à melhora e a enfrentar aquilo que nos impede de ser exatamente o que queremos. Isso é plushorrorshow e acredito que mereçamos ser chamados de plusteens. É claro que essa denominação não precisa ser exclusiva dos jovens também cronológicos... messeio que possa estender-se a todos os jovens progressistas de espírito, mesmo que cronologicamente "starres"... a juventude psíquica deve garantir-lhes, no mínimo, uma pequena e relativa juventude somática, de qualquer forma.

Quero agora dirigir-me a todos os Nadsats que messeiam que precisam esconder-se sob um padrão cultural e odiar os restantes, Druguis. Quero esquezetar: "não precisais disso", "ódio é inútil" e "messeai novamente aqueles princípios que vos levam a crer que um padrão cultural é superior ao outro". Sois mais parecidos com vossa essência quando não estais mascarados, tenho certeza. Além disso, os vossos reais druguis raramente irão expurgar-vos se não tivéreis aparência completamente tendenciosa (numa tendência grupal, como vestidos de punks, góticos, metaleiros, etc.), mas as demais pessoas (que provavelmente não são tão aptas ao amor e tão abertas quanto vossos druguis) estarão mais abertas a vós se vos mostráreis mais "normais" (ou seja, dentro da norma, mais dentro da maioria, mais alinhados ao sistema em aparência). Abraçar aquele que precisa ser revolucionado funciona melhor do que enchê-lo de toltchoques, caros druguis. Falo isso após ter tentado ambas as estratégias.
Especificamente sobre a superioridade de um padrão cultural sobre outro, creio que o erro consiste, em geral, em supervalorizar a complexidade, como se ela fosse essencial à felicidade, ignorar circunstâncias e tomar inconscientemente o idrûs como ontológico. Se a arte consiste numa expressão do ser, aqueles que adotam um padrão cultural têm afinidade com a expressão do artista, e expressam, ao aderirem ao mesmo, tanto a parte do seu ser que une-se à expressão do autor(coincidindo com a mesma) quanto a própria união a ela. Por que razão uma união haveria de ser pior do que a outra? A qualidade da cultura deve ser análoga à expressividade da mesma? E se tal expressão varia conforme o interlocutor (o que não quer dizer nada para mim pode querer dizer muito a ti, certo-certo, caro drugui?) como podeis dizer que VÓS determinais essa qualidade? A mensagem cultural pode sim ser de progresso ou de conservadorismo para a maioria das pessoas, mas isso não a torna ontologicamente ruim: PROGRESSISTA MESMO É CONSEGUIRMOS OBTER COISAS BOAS, ATRAVÉS DO AMOR, DE TODOS OS SERES QUE NOS CERCAM, INCLUSIVE AS EXPRESSÕES CULTURAIS.

Amo todos vós, queridos e lindos druguis, nadsats, starres e plusteens.
Grande abraço,
                          Romeu.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Seu canudo, seu carro e sua Cruz.


Arte em nanquin sobre papel digitalizada.Releitura de "Carleton, 1987", fotografia original de Robert Mapplethorpe.
                                                                                                                                                                            -Cabeça de Passarinho.

Queer! Desconstrua o Gênero!

Você é homem ou mulher? O que é ser homem ou mulher?
Pois bem, vamos lá, animais. A sociedade demarca os gêneros estabelecendo códigos de vestimenta e conduta. Argh, isso inclui a MORAL.
Chicos: cabelos curtos,roupas menos elaboradas, de preferencia mais largas, se não for um heteroboy da academia. (hm!)
Chicas: Cabelos longos e alisados, argolas, laços, roupas justas que valorizem seus dotes físicos pra agradar um possível parceiro.
Essa é a hétero normatividade, que preserva rótulos, de acordo com valores morais cristãos ditados pelo Carneiro e a mídia.
parêntese:
(E as meninas que nascem com pÊnis e só ganham uma vaginna depois "da cirurgia"? Algumas desistem  da cirurgia e exercem sua sexualidade ainda assim. -Alguns meninos, vice-versa. Oh Lord, mas são transexuais?? )
 Definição pra esse povo: 
Intersex é um termo de origem médica que foi incorporado pelos ativismos para designar as pessoas que nascem com corpos que não se encaixam naquilo que entendemos por corpos masculinos ou femininos.

E a conduta?
 Homem+muitas gathas=garanhão
 Mulher+muitos gathos=VADIA

SE ser gay é ser homem que gosta de outro homem, mas nenhum gay é homem de verdade, afinal de contas não gostam de mulher...como assim são gays? -Eles são lésbicos??!!
SER mulher é gostar de homem? Ah, de homem que nascem com pênis, sem penis ou os que ganham penis depois da cirurgia? E se gostar dele antes da cirurgia..é lésbica? É mulher? Vai depender do cabelo, do decote e do salto alto?
Let's take it easy.
A teoria Queer surgiu pra estudar e compreender o rompimento das regras sociais que delimitam os GÊNEROS, justificando o amor e a sexualidade livre de qualquer amarra, seja a conduta, moral, etc, que são cobrados aos indivíduos. Há quem diga que ela ajuda a entender a revolução sexual e comportamental do século 21 que se parece estar sufocada, mas prestes a explodir(!). Ou que seja uma b@#$%"porque simplifica tudo e mistura no mesmo bolo grupos que talvez precisem de uma análise mais específica. Rótulos de novo.
gênero é COMPORTAMENTO?                                                          gênero é CONDUTA?
gênero é SEXUALIDADE?                                                                  gênero é GENITÁLIA?                                                                                     todxs tem que ter gênero? 
Se eu não me enquadro em nenhum gênero, eu ainda sou gente? Eu não sou gente, então, quem é?! Ter, gênero, é o que? Isso faz que real e direta importância pra minha condição plural de ser humano?

Eis questões bonitas de serem pensadas, que encaixam pros pré adolescentes e pros marmanjos 'donos' de familia. Todo corpo tem fricção! Nossos orgasmos valem mais que aparência e status que nos forçam a adotar. Todxs querem amar livremente! Não precisamos seguir o que ditadores de estética, igreja e estado nos coagem. Chega de Liberdade abstrata.
Desconstrua o gênero e seja feliz!


                                                                                                                     -Cabeça de Passarinho.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Dîn - Parte III: Humanos

Olá, druguis do cybermundo-imundo. Venho escrever o último e malenque pedaço do que, agora, é uma trilogia de textos tratando sobre Idîn. Espero que isto torne os primeiros dois textos, que estão bem confusos, um pouco mais inteligíveis e claros. O que segue com certeza esclarecerá algumas de minhas posições e seus fundamentos, mas também abrirá espaço a muitas críticas e discussões. Isso não intimida-me nem de longe, entretanto, pois não estou aqui, por meio deste ou de qualquer outro de meus textos, apontando a verdade absoluta e única, mas sim buscando construir uma visão abrangente da verdade convosco, que ajude-nos a concretizar nossos objetivos.
Tomando por legítima a definição de Idîn estabelecida no texto anterior (", oh meus irmãos,") - que recomendo que leiais antes deste, para que haja entendimento e base argumentativa - de que o mesmo trata-se do "impulso de união a outros seres, associado ao desejo saudável pelo seu ibóg", creio que é vantajoso demonstrar como isso acontece, dentro da sociedade, e que distorções teriam tornado o amor neurótico, monogâmico e de muitas outras formas restrito.

As crianças e os nadsats - especificamente (e por limitação cultural de "vosso humilde narrador") os ocidentais, haha - desenvolvem-se consumindo uma cultura que incita à monogamia, ao chamado "amor cortês", aos ciúmes e à repressão sexual proveniente disso tudo. Em geral, tomam por amor grande parte daquilo que estabelecemos na "Parte II" como "concepção dada pelo senso comum" e as neuroses nele presentes são legitimadas basicamente por influência dos Escudeiros do Conservadorismo e d'O Carneiro:
a) O carneirismo toma a monogamia como indispensável e a poligamia como pecado imperdoável (além de reprimir o sexo por prazer como se o mesmo também o fosse), o amor cortês é tomado como o verdadeiro amor, em que há repressão sexual (carneirismo novamente), compulsão pelo ser amado e dependência do mesmo.
b) Numa sociedade de dominação, parece-me bem útil que o amor estabeleça dependência, submissão e medo - tanto que temer ao Carneiro é, em sua doutrina, tomado como tão legítimo quanto amá-lo. Não creio que precise aprofundar-me nisso... basta que aceiteis minha suposição de que o carneirismo tenha sido usado para dominar e adaptado seus conceitos para esse fim e vereis o quanto isso faz sentido (entretanto, estou aberto a críticas e argumentações, como sempre).
c) Os ciúmes são a consequência da monogamia (que leva à questão da unicidade do parceiro e torna socialmente aceito e "útil" o sentimento de traição) e da própria projeção da unicidade em outros seres (fruto do sentimento de "não ser único por si mesmo"). Quanto a proveniência desse sentimento de não unicidade... videemos... bom. Preciso investigá-lo melhor, amados druguis e companheiros. Mas parece-me o tipo de neurose psíquica infantil ligada às relações parentais.


Assim, num relacionamento comum de "namoro" entre nadsats, o que acontece, exceto - e nem sempre - o sexo (genital e não genital), é praticamente fruto de neuroses. Unindo-se por amor, os jovens videiam-se inseridos em uma relação que, invariavelmente, tende ao fim violento (uma ruptura baseada no expurgar da raiva produzida pelo complexo neurótico todo) ou ao fim passivo (um casamento, um relacionamento morto e mal resolvido, sexualmente falho, com poucas ações e onde o amor morre aos poucos).


Não estou mais a fim de gavoretar sobre isso, Druguis. Se quiséreis falar algo ou desenvolver em algum sentido, comentai.


 Ludîn êo! Romeu.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Liberdade de Expressão


Liberdade de Expressão


Hoje vivemos em um mundo evoluído, a favor da paz e contra qualquer preconceito presente na sociedade conservadora, ou pelo menos, é assim que deveria ser..
Todos os dias me encontro com situações que me deixam realmente perplexas.. como podem ainda existir pessoas que acham que existem coisas que não devem ser discutidas?
Essa história de que “religião e política” não devem ser discutidas para mim é uma grande bosta, todos tem o direito de discutirem sobre o que quiserem, pois é disso que a liberdade de expressão se trata, dizer o que se pensa e defender os teus pensamentos sem ter medo das consequencias..
Falo tudo isso por que hoje me encontrei numa situação em que nunca pensei que estaria:
Fui reprimida pelo P e M  com seus argumentos pouco convincentes sobre “como era prejudiciável a mim postar coisas que expunham minha opinião” segundo eles, essas “coisas” não deveriam ser discutidas, deveriam ser guardadas só para mim, é realmente incrível como os jovens são constantemente reprimidos pelos mais velhos ‘oh meus irmãos’  , suas opiniões velhas e quadradas parecem nunca mudar, “o céu é azul, a grama é verde” e é assim que aprenderam com seus pais e é isso que querem que acreditemos, sempre pensei  ter pais libertos de neuroses tão atrasadas e sem sentido,  mas agora noto como eles são conservadores e fechados para o mundo atual.
Tudo isso começou apenas por um post que retirei de uma pagina atea do facebook e publiquei  no meu mural, para eles isso seria motivo para criar a 3 guerra mundial, como se ser ateu fosse algo ruim, algo insano, e que as pessoas não compreenderiam.. MEU DEUS (com toda ironia da frase) como ainda pode existir preconceitos a algo que já se tornou tão comum nas redes socias e em diversos lugares do mundo?  TODOS, repito, TODOS, tem direito de pensar como quiserem e expressar isso de forma que não seja ofensiva as outras religiões..
Não há motivo no mundo para se reprimir e deixar de acreditar no que se quiser, se fossemos todos iguais não existiria evolução social, apenas seguiriamos o que os outros querem que pensemos, o que (para não mentir) é a realidade de muitos nesse país. Cada vez mais vejo as igrejas espelhando rumores de que a comunidade atea é satanista (nada contra aos satanistas, cada um pensa como quiser) e que quer destruir as outras religiões, isso tudo eh uma grande mentira criada para manipular as pessoas, e molda-las para que pensem somente deste jeito, como já é feito por muitos anos na história da humanidade.
Vou ser breve porque o texto já esta bastante extenso, libertem-se druguis da opressão de P e M, pensem como quiserem, usem sem medo o seu direito a liberdade de expressão, pois isso ninguem nunca podera tirar de nós,

Furiosamente e precisando de um pouco da boa e velha ultra-violência, Drugui.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Dîn - Parte II: "Ciência no Pote"

Olá (", oh meus irmãos"). Eis que volto a escrever para me aproximar, no mínimo, de terminar o que comecei na notchi do dia 26 de junho - estive sem dirigir-me a vós neste pedaço do cybermundo-imundo por um bom tempo, Druguis. Talvez, porém, a "Parte II" de dîn - isto aqui - seja a sua última.
Primeiro, apesar do dito acima, farei uma desambiguização: Idîn, a coisa, é aquilo de que este texto trata. Idîn, a pessoa, por sua vez, luvêr uma amadíssima drugui. Tão plusdoidîn que recebeu - por atribuição de "vosso humilde narrador" - o ímia do próprio idîn, como videáreis.

De volta ao conceito de Idîn, meus druguis, exponho o seguinte:
-> Buscamos aqui, a construção do conceito puro e claro de Idîn, como algo ibóg, que diferencie-o de outros sentimentos (alegria, tristeza, afeição, carinho, etc.) e de neuroses obsessivas, compulsivas, etc.

-> Partido da concepção dada pelo senso comum, creio que Amor pode ser definido, de forma plusabrangente, como um sentimento de afeição extrema a outro ser, associado ou não à genitalidade, que geralmente envolve um impulso à constituição de um relacionamento entre os humanos, aberto ou fechado, seja de amizade, de aliança perante O Carneiro, ou de qualquer outra denominação; pode ser aquilo que impulsiona um ser a desejar o ibóg de outro (às vezes, tanto quanto deseja o próprio ibóg ou ainda mais); pode ainda ser um sentimento de dependência do ente amado que aparenta, muitas vezes, a própria infindabilidade, ou uma ânsia em unir-se a tal ente amado, um impulso que pode ser considerado incontrolável por tal união. Idîn pode também envolver o desejo intenso de proteger e conservar algo ou alguém.

-> Agora, "filtrarmos" o conceito comum - o do item anterior - retirando dele, argumentadamente, tudo o que for fruto de distorções do ingsoc ou de outras mentiras neuróticas em geral.

a) Quanto ao fato de amor ser um sentimento de afeição extrema a outro ser, digo que, se "afeição" significar "vontade de união", podemos mantê-lo sem destruí-lo, considerando que a união torna cada ser mais forte. É mais difícil lutar contra dois leões do que contra um. É mais sobreviver estando entre cinquenta zebras do que sendo-se uma única zebra isolada. É mais fácil construir uma sociedade com quatro pessoas do que com duas. A união é, ainda, necessária à nossa reprodução (biológica), característica a todos os seres vivos e que creio, por isso, poder ser tomada como legítima. Se, entretanto, essa afeição significar "dependência" ou "compulsão"(uma vontade inescapável), constitui um bloqueio à nossa liberdade: não o queremos para nós. Além disso, creio não é necessária a dependência da união para a concretização plena da mesma: animais, em geral, reproduzem-se, unem-se sem depender um do outro e confio que possamos superar, ainda, o nível intelectual e de liberdade dos não-humanos.

b) Quanto à associação a genitalidade, Druguis, digo-vos que, na maioria dos casos, o que leva dois seres de sexos opostos, ou até os de mesmo sexo, a suprimirem de sua relação genital, é o bloqueio neurótico: O Carneiro não permite tal união. Seja através da imposição da monogamia, da "pureza" - e sinto vontade de cuspir, agora, ao ver como insinuam que mentir seja puro - ou de qualquer outro dogma voni.
Exemplificando: se quero fazer o velho entra-e-sai-entra-e-sai, consciente ou inconscientemente, com outro ser (por impulsos sexuais e não patológicos), por que devo eu conter tal impulso? Ele sabidamente nos trará prazer, nos libertará e fortificará! Não há motivo algum, a não ser mentiras starres, repetidas por P e M ou por homens inseguros de vestido que rejeitam a homossexualidade!

c) Relacionamentos fechados, agora. Se queremos a independência do ser, por que precisamos prendê-lo a uma convenção social? Não precisamos e, a menos que digamos que só é possível sentir o impulso de união (que mantemos do item "a") por um ser (e disso discordo por experiência, Druguis), não há razão que justifique a monogamia. Mesmo que o número uniões sexuais simultâneas entre seres seja limitado, o número de uniões sexuais cronologicamente distintas tem limite desprezível (se é que tem qualquer limite). Os Druguis já habituados à destruição de ideias neuróticas aceitarão mais facilmente este argumento. Para os demais, resta a objeção racional. Ficai a vontade para comentar o que quiséreis.

d) Questionemos agora se Idîn é, de fato, um impulso à união que nos leva a desejar o ibóg dos seres amados. Admitindo que Idîn engloba a união "física" (sexo, mesmo que não-genital), psíquica (através o sentimento de união) e filosófica (aproximação do ser, sob suas diversas formas), podemos sim, psicologicamente, associar o ibóg dos outros seres ao nosso, para compartilhar da mesma. Ainda podemos desejar que o outro ser seja feliz para que una-se melhor a nós, para que se expresse melhor, e assim sejamos mais felizes perto dele. Portanto, independente da origem da vontade de ver os outros seres felizes, a mesma trata-se de algo dobóg associado ao conceito comum e que, portanto, segundo nosso método de definição atual, pode ser incluída no nosso conceito de Idîn.
Todavia, no caso de tal impulso ao ibóg alheio tornar a construção de nosso próprio ibóg mais difícil, meus druguis, nosso último argumento perde seu sentido. Todos os seres buscam "ser a si mesmos", ou a realização própria, mesmo que em conjunto com outros seres ou através da projeção amorosa. Agir por querer a felicidade de outro ser não deixa de ser agir por si mesmo: seguimos nosso objetivo de trazer ibóg ao outro ser pois isso faz bem a âo. Assim, admitimos que projetar a felicidade de terceiros  acima da nossa constitui uma distorção neurótica.

e) Os demais impulsos associados a Idîn também são neuróticos: dependência do ente amado, "infindável" ou não, assim como impulso incontrolável qualquer, constituem bloqueios à nossa liberdade, uma vez que pelos mesmos sentimo-nos obrigados a agir de determinada forma ou a estar com determinado ser. Enquanto o impulso de união for verdadeiro, não haverá necessidade de qualquer sentimento de obrigação. Isso parece, para "vosso humilde narrador", bastante óbvio.

f) Quanto à vontade de proteger o ser amado, podemos utilizar dos mesmos princípios presentes no item "d". Se a proteção tal ser significar a proteção do caminho mais válido, por nós definido, até nosso ibóg, então é legítima. Mas, se constituir um medo, uma compulsão ou obsessão, que afasta-nos de nosso ibóg ou põe nossa vida em risco, trata-se de um problema filosófico/psíquico a ser resolvido, visivelmente.

-> Assim, do conceito proveniente do senso comum de Idîn que estabelecemos anteriormente, restou apenas o impulso de união a outros seres, associado ao desejo saudável pelo seu ibóg.

Nossa chegada a esta conclusão parece-me legítima, Druguis, mesmo que, ao meu videar, pareça agora repetitiva. Avaliai a mesma com a mente aberta e senti-vos livres para criticá-la, pois sereis respondidos com Idîn.

Grande abraço a todos vós,
                                             Romeu.