domingo, 26 de maio de 2013

Cá e de Volta Outra Vez - Utopia: A Ação Direta Positiva

   Olá-olá, queridos droogies.
   Eis que tendes minha verbal companhia novamente e que, portanto, dirijo-vos novamente a minha humilde slovo para esquezetar.

   Sem as costumeiras demais delongas, trarei a seguinte questão à baila: as discussões e a ação direta da maioria das organizações "de esquerda" - e de todas as que, até hoje, "vosso humilde narrador" conheceu - trabalham com um ponto de vista "patologicista". Buscam diagnósticos de problemas sociais e veem, na luta e/ou através da mesma, o remédio para a patologia diagnosticada. Entretanto, os pressupostos de tal método ficam um pouco implícitos. Se considera-se que há uma patologia, considera-se também que há uma saúde. Se há sociedade problematizada e doente, há uma sociedade ideal (uma utopia) e "saudável";

   a) Um Exemplo

   Tomemos um exemplo qualquer, um exemplo ilustrativo - o mais atual e completo que tenho em mente é a discussão de gênero e o combate a homofobia. Vejamos a situação que esse exemplo nos oferece, resumidamente e dentro das possibilidades que nossa construção precária de saber possibilita.
   Temos, antes de tudo, uma história de luta que baseia-se no combate à opressão, que é tomada como uma patologia: a homofobia. Contra isso, pode-se argumentar que o termo homofobia é mais recente que a opressão aos homossexuais. De fato, é verdade que o termo é muito mais recente e tornou-se realmente popular, ao que me parece, apenas nos últimos anos. Entretanto, independentemente disso, definamos que a patologização consiste na definição do contexto que é necessário alterar para chegar à saúde (que, num contexto humano - e portanto cultural - é sempre uma definição ético-política: depende de um contexto, um ponto de vista, e deve ser analisada com os glazes nas implicações). Assim, por exemplo, nessa definição, esquezetar que gripe é uma patologia não é falar de um vírus cuja essência é a doença, mas sim do contexto em que esse vírus torna um organismo doente - o que quer dizer que temos, para esse organismo, um conceito de doença e saúde, definido por determinados princípios.
   O que seria, então, dizer que a homofobia é uma patologia, segundo nosso conceito? Significa dizer sim que existe um estado de saúde social (nossa utopia, como queremos que nosso mundo-imundo fique) e que, no contexto em que estamos, existe uma coisa chamada "homofobia" que separa, nesse aspecto, o status quo da utopia. Dentro desse ponto de vista, entretanto, toda luta envolve uma patologização (mesmo que não se admita), tendenciosa (porque política) e  precária, porém necessária, tanto quanto é a filosofia à ciência.

   b) Crítica ao Método

   Eis que patologizo, por assim esquezetar (já exercitando o conceito que desenvolvemos acima), agora, o método de ataque à patologia, que se utiliza, em geral, nas organizações de esquerda, como já disse acima. Não quero esquezetar, devo ressaltar (ou ressalvar - heh), que sou contra a luta combativa. Vôn luvêr isso. Sou, na verdade, a favor de a) uma maior consciência de nossa luta através do conhecimento de nossa patologização (saber o qual é nossa utopia - nosso ibóg - e o que a faz diferente do status quo) e b) a ação direta construtivista/utópica/positiva (ver mais a seguir, por favor, antes de crarcar qualquer coisa por aí), paralela ao ataque às patologias.
   Patologizo o a luta, assim, a luta cega e inconsciente da própria utopia, patologizo a desconstrução que não vise a reconstrução. Faço-o por perceber quanto ódio se criou por videar no homofóbico - ver nosso exemplo - um vilão, ao invés de amá-lo e compreender que ele não É a patologia e que a segunda não passa de um  fenômeno social.

   c) Utopia

   A ação direta construtivista/utópica/positiva que proponho é, por sinceridade, o centro do que "vosso humilde narrador" faz em seu cotidiano, gavoretanto com seus amigos, escrevendo e produzindo. Trata-se de construir uma mudança partindo do ponto de vista da construção: construir idîn, construir Ma'at, construir ribeldá, etc.
   Sempre baseada em uma utopia, vista como um projeto de mundo melhor, ela é necessariamente um ato político: agrega pontos de vista e visa o ibóg no qual se acredita.
   Positiva, no sentido em que atua pela lógica da adição (construção) e não da subtração de patologias, como acontece na luta combativa, ainda que geralmente envolva uma desconstrução anterior ou paralela e, também, uma mudança e portanto uma patologização do status quo.
    Por fim, gostaria de repetir que o que proponho não e a abolição da luta, mas sim uma luta mais consciente e uma constante atividade de construção a ela paralela.

    Cansado agora, queridos, estou indo espatar e ter belos sneeties com meus mais belos druguis.
                                                               Ludîn êo;
                                                               Dupliplus gostosos huggy-hugs!

Romeu.