quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Dostarre Nadsats

Hoje falarei àqueles loveques e/ou devotchkas impregnados do velho estilo, aos starres de espírito, os nadsats vônteens, que, há muito tempo ou recentemente, perambulam por este mundo sem esperança, sem vontade e sem prazer. Vós cujo glazes só videiam o que é dodrûs, engrandecem a escuridão do mundo para compensar o escuro que dentro de si, em seu âmago, o ingsoc tratou de implantar.
A vós que olhais para o mundo com os glazes de vossos pais (que, por sua vez, provavelmente ainda têm os glazes de vossos avós), tenho a dizer, primeiramente, que vos amo. Amo porque creio que o idîn é solução - porque é entendimento, porque é união que torna os unidos mais fortes - para muitíssimos de nossos problemas e corrige posturas moralistas substituindo-as por condutas que visam o benefício direto ao indivíduo (mas que estão longe de ser, no sentido dodrûs, "individualistas").

O ódio é o maior de vossos problemas, queridos: "odiais vosso próprio ser, odiais o mundo e odiais o fato de que odiais a todo momento" (Hatebreed), sem nem mesmo perceber, druguis, pois esse mundo é tão normalmente odioso e obviamente angustiado que tais coisas vos parecem inerentes à humanidade. Mas elas NÃO SÃO. O ódio é nada se não o fruto da solidificação de um entendimento neurótico, como já demonstrei, em Ultraviolência e Ódio. O fato que muito se parece construir e destruir através de ódio não é uma amostra da força dele próprio, mas sim do afeto humano (seja ele amoroso, odioso, alegre, tranquilo...). Nosso aparelho psíquico tem, de fato, o poder de unir todo o ser por um objetivo e de realiza-lo, por isso, com extrema habilidade. Esse poder, geralmente atribuído ao ódio, entretanto, existe também no amor, na tranquilidade e em todas as formas de concentração de poder individual ou coletivo. Porém, quando estais presos ao ódio, vos direcionais a um fim que não é racionalmente benéfico (pois a projeção do mal em um ser específico, feita pelo ódio é, como vimos (também no texto de 23/12/12), errônea, sendo que podeis encontrar muitíssimos exemplos exemplos disso na história (na Santa Inquisição, nas Grandes Guerras, no famoso Atentado de 11 de Setembro). Assim, o ódio torna-se apenas mais uma ferramenta, das líudes que vos querem ver destruídos, para concretizar tal desejo.

Se vos conseguistes compreender intelectualmente o ódio (visto que a libertação afetiva do ódio - que consiste em parar, de fato de gerar ódio - é um processo individual bastante complexo e que exige muitíssimo tempo), aponto-vos o segundo fator que vos envelhece, vos prende na autoridade do que foi dito por vossos ascendentes: o medo. Este pode ser considerado como a origem do ódio, na verdade, e, em determinado sentido, como integrante original de toda neurose. Ora, nenhuma prisão que não é fisicamente sustentada pode sê-lo por algo que não o medo, e este pela ignorância. Surgindo como uma forma afetivamente ignorante de defesa, o medo torna-se a base de muitas concepções equívocas: torna-se motivo para fechar os glazes, para não sentir o desprazer gerado pelo que se teme. O principal meio de combater o ódio, torna-se, assim, muito evidente: compreender, sentir e enfrentar. Desfazer o que, na história do indivíduo e da coletividade, gerou e propagou o medo.

A juventude que tereis de volta, ao enfrentar e superar vossa ignorância, vossos medos, vossos bloqueios, e vosso ódio, é a coragem de progredir, a coragem de estar no mundo, de enfrentá-lo e de senti-lo: tudo o que, em suma, vos levará, em nosso conceito aberto e livre de amor, a amá-lo.

Um beijo, amados;
Romeu.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Um Poema para Abraçar-vos, amores

Olá, novamente, irmãozinhos fofos.
Desta vez serei um pouco mais egoísta em minha postagem... Quero escrever algo que me dê forças para continuar... as coisas andam meio destruídas, destrutivas, doentes, velhas e envelhecedoras, por aqui. Poucas coisas têm sido luz... algumas pessoas, alguns lindíssimos druguis de meu coração, apenas. Lá vai, então, queridos. Espero que possa ajudar-vos assim como ajudará a mim:

Luz Que Brilha Para as Crianças

O mundo escurece, a notchi é longa, mas loveques ao redor da fogueira,
Que a eles aquece, trevas afronta, estes conhecem a paz verdadeira,
Pois nada padece, encontra sua cova, menos a slovo, que, má mensageira,
Distorce, entristece os homens que amam, druguis do povo, horda desordeira.

 Das cruzes, as más, sei, o  fogo é drugui, mas não o fogo que esquenta os amantes,
O fogo que faz do mal cinzas, delas novo viver, anarquia de antes.
O dia lilás, tão malenque, cai, nas semanas de trabalho massantes,
Difícil raskazz, boa gente, irmão, e admira-me que não tanto encantes...

Como eu... a mim encanta sentir que o brilho nos olhos destes lindos vence o gelo!
A Romeu, é belo cada devir que o trilho, destino destes lindos, vem trazê-lo,
A quem leu, não vos faz refletir o auxílio à luta destes lindos, num apelo!?

Sem saber, sois novo dia de sol, que abraça o frio e treva, forte, dodîn,
Sois prazer, sois vivo manto de mãe que arrasta o frio, a treva, a morte de mim,
Sois o ser, o uno pranto da terra vasta, no cio: da treva, da morte, o fim.

                                                                                                    Com muitíssimo amor, 
Romeu.