sexta-feira, 25 de julho de 2014

Uma crosta sobre o magma

   Faremos uma disjunção.
   Um novo viés organizativo e comunicante, oposto ao antigo (que não facilita nenhuma comunicação).

   A estrutura é ferramenta, as partes são partes construídas. A política é a fluidez sob toda possível estrutura. Nosso óculos para dinâmica do real ainda é o da diferença. Mas nos apropriamos das estruturas como ferramentas, essa é a história.

    Então o diário será mantido e será como essa fluidez subcutânea da estrutura. Esta página é a nota sobre o que faremos (nota desse diário - a saber, o diário são essas publicações, organizadas por data). A estrutura vai surgir. Abordará temas, vocês verão, será colocada de forma a criar uma certa forma de ver, uma certa forma de lidar. Tudo ferramenta. Tudo 'coisas que usamos para...': práticas, se vocês acharem que esse nome é melhor. Pra nós não importa tanto. Temos supervalorizado os nomes!

    A fluidez subcutânea usará todo código e todo fluxo, fará como desejar e sempre na tentativa de investir através do desejo rebelde... isso acontecerá ou não acontecerá: a grande coisa, na verdade, é que o diário continua absurdamente livre.
    A estrutura sobre a fluidez fará com que essa micropolítica possa lidar com um real que foi endurecido. Então servirá para combater burocracias e organizar o que o desejo decodificado não pode resolver por si só, justamente porque está capitalizado.

   Mudaremos o nome disto, embora não saibamos qual será.

   Acho que é isso.
   Mil abraços, gente que eu queria ter mais perto;

segunda-feira, 21 de julho de 2014

   As práticas do 'até agora' não deram conta de uma parte muito importante daquilo que nos preocupa.

   Choro,
   Que a lágrima caia,
   É preciso sentir dentro, sentir fora. Sentir o que houver.
   Relaxar, ou, embora o 'evite se puder'
   fechar feito pedra
   Dura.

    O canino cresceu e cresceu e devorou o próprio Lobo,
    Triste fim!
    Dos seus pelos fazemos o manto que aquece corações,
    Que aquece os corações no inverno.

   Ou seja, queremos toda a potência sensível de volta de onde a enterramos (leia-se produção capitalística de mais-valia de código). E estamos cansadxs disso. O corpo sem órgãos mostrou sua potência. E cavalgar sobre rodas, percorrer a superfície munidxs dos fluxos e dos códigos (isso também despertou alguma coisa por dentro).

Obs.: Esqueça que dissemos 'despertou'. Pense em um devir muito orgânico sobre o qual foi colocada uma máquina muito pesada e mais burocrática. Pense no alívio pela suspensão desse peso. Pense no frenético desespero do pequeno animal sob a roda do caminhão quando você toca carne exposta.

domingo, 13 de julho de 2014

Recorte qualquer de intensidade sem segredo.

   Estivemos pensando em desativar este blog. De qualquer forma, é apenas como se fosse nosso diário. Um diário que tornamos público, que endereçamos ao "cybermundo-imundo" (como chamado por Romeu). E nada mais funciona como funcionava, mas continuamos aqui.

   Nem mais queremos dizer se somos pata de lobo ou mão de humano ou coração partido e morto. Tudo funciona aqui e ao mesmo tempo... brincar de identidade teve sua graça e a nova brincadeira é a da não-identidade. E isso não é segredo nenhum: é abolir nossa vontade de identificar para permitir que coisas inesperadas e não prescritas apareçam nesses "nós". São suposições simples:

    a) que os nomes podem carregar alguma coisa que não queremos (como uma prescrição: o que esperamos que Romeu faça? o que esperamos que Romeu evite fazer? Poderia ser... comportar-se como Jesus, por exemplo, e ignorar sempre o seu sexo).
    b) que essa coisa do "item a" pode acontecer mais ou menos "conscientemente" - no sentido de apropriação, e nunca como se isso supusesse complexos ou divisórias na sua "psique" (nem mesmo supõe uma psique).
   c) que a identificação acontece nas práticas - são práticas de identificação - e portanto que romper com a identificação implica em construir outras práticas que não sejam essas de identificar.
   d) que uma possível prática que abole nossa "individuação fechada" (que é uma identificação num nome de indivíduo - um nome próprio como "Lilá") é escrever "nós" independentemente de quem estiver escrevendo... e apenas dizer como as coisas tem funcionado ou estão funcionando, dizer alguma coisa dos corpos ao redor ou da organização das coisas, enfim, das intensidades codificadas, quando isso for interessante.
    e) Não é como uma prescrição: "não identifique nada, não codifique nada!" <- Isso seria uma merda - assim precisamente identificada. Rsrsrs
    f) A questão é usar as coisas ao nosso favor e nos permitir abolir umas coisas simples já que são tão simples. Perdemos tempo com isso porque fazemos uma crítica muito abrangente de tudo isso que se chama por aí de "cultura". É por isso. Enfim. Então está feito.

    Abraçocas!

    (um registro - estamos felizes \o//)

terça-feira, 8 de julho de 2014

Cemitério

    Estamos aqui para restabelecer comunicação.
    Primeiro, no sentido em que a esquizo-análise não comunica. Não está comunicando conosco e é como se tivéssemos que traduzi-la, ou, na verdade, porque falhamos em entender para que ela serve. Chega disso e estamos realmente furiosxs.

    Queremos que morra todo filósofo que sente a própria potência num saber incompreensível.
    Queremos que morra esse marxismo do desejo que o afasta da multidão. É de nosso ódio que estamos falando, você entende?

     Estamos nos tornando absolutamente incompreensíveis graças a uma forma de saber que não sabe absolutamente nada e que não funciona para o que queremos. Olhando por aí enxergamos: não há nada. Esse saber permanece produzindo segredos: Deleuze e Guattari, à noite, masturbando suas mentes, suas malditas máquinas desejantes, produzindo interpretações que odiamos profundamente nesse momento - ainda que sejam interpretações de funcionamentos.

    Como funciona?
   
    "Funciona com pele-mão-olho". FODA-SE.
    Faça sua revolução com base em pele-mão-olho se você quiser. Goze de como você é incompreensível pra toda essa gente que você quer colocar em processo, incluir no seu processo ou em cujo processo você quer estar também.

    Crie o seu próprio código-secreto, como fizeram Romeu, Freud, como estivemos fazendo.

     De agora em diante, CUSPIREMOS em cima disso.

    Morrem Lilá e o Lobo, identidades vazias, filhas de uma bipolaridade que não admitimos mais.
    E suas moléculas, no sentido compreensível de moléculas, alimentarão a nossa terra.
    
    Abraço.