segunda-feira, 31 de março de 2014

Não Haverá Desposo

   O inominável produz-se e ele está aqui. Sou uma gatinha a fim de compartilhar o indizível (não ousarei dizer incomunicável: cremos na comunicação trans-infra-subjetiva).
 
    É questão sem resposta: de que forma a fera está comigo na produção do indizível? É o lobinho que sangra o líquido asqueroso que queremos compartilhar?

    Certamente, sou eu, com minhas unhas de gatinha (e o poder aristocrático que tenho para aprisionar) quem faz com que o Lobo sangre. Sangramos juntxs, então... é nosso sangue misturado que alimenta o inominável.
    Ah, sim, gente, só não posso achar que o peludo vai fazer algo mais do que tentar se livrar da dor. Sério, tenho certeza de que ele só vai fazer isso. E então os vínculos vão ser só assim.... porque eu não vou aprisionar ainda mais o lobinho para produzir mais dor para ser compartilhada, como vocês todos fazem. Não-não. Se o lobinho criou o Anti-amor foi justamente pra que não naturalizemos essa angústia que tem caracterizado o nosso suposto "amor".

    Estou preocupada.

Me fundar em você pode ser perigoso,
Não haverá desposo,
Meu vetor-combustível

E tão substituível
E tão destrutível...

   E então eu fico simplesmente citando os meus próprios poemas. Grande merda. E no fim não resolve nada.
   Ah, mas enfim, faz tempo que desistimos de "solução", ou "resolução".

   E está tudo ao meu redor. Todo mundo.
   Parece que voltamos a ter uma banda.

    Abraçocas e lambidas.
    Amo vocês... no sentido de querer compartilhar o inominável com vocês.

    <3 Liláh Tréshe.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Colhe Ira

   Abandono a coleira na noite, deixo-a nuns arbustos de conceitos, nos quais ela ficou presa e então eu pude me libertar.

    FODA-SE TUDO ISSO QUE ME PRENDE E ME AMEDRONTA
    TUDO ISSO EU QUERO EM ABSOLUTO VER IMERSO NUMA POÇA DE SANGUE AGORA
    NÃO VOU PERDOAR,
    NEM POR UM SEGUNDO!

    Que pereça todo o afeto enjaulador. Chega de prisões.
    Lilá é a maldita prisão que eu quero explodir, implodir, ver cair pra dentro e pra fora, derreter, desestruturar, desformar.

    A morte de Lilá é a condição para a minha liberdade e vocês sabem disso, seus merdas.
    E me leem aqui sem se implicar e me ajudar a matá-la. Desejo-lhes miséria agora, desolação: Abatidos, derrotados, e que jamais ascendam novamente.
    Tudo que eu posso construir vem do meu desejo absolutamente insubmissível e a que nenhum de vocês deveria ter acesso. PORRA. Mas vocês tem acesso através da Lilá, e ela aparece com essa coisa de amor-resíduo e eu quero que pereça e que se foda com o lixo que essa merda de humanidade criou. E QUE FODA-SE MESMO, porque me recuso a olhar para trás quando o amorzinho prender ela de novo.

    Eu não vou mais ser preso.
    Foda-se. Vão à merda.
    Não quero ninguém mais me impedindo de olhar pra Lua. Ninguém mais criando regimes que condicionam minha liberdade.
    E isso está lá, nas páginas de caderno da Lilá.

    Vou queimar essas folhas.
    Vou queimar Lilá viva.

    E que arda.
    E que eu fique sem pelo, sem pele, sem rosto, que eu uive de dor como eu não uivei de prazer graças a essa maldita felina desprezível: faço o que precisar pra ser livre.

    SINTO MUITA RAIVA.
   NÃO QUERO PARAR PORQUE AINDA TEM RAIVA.
 
    MAS TENHO MAIS O QUE FAZER COM ELA.

domingo, 23 de março de 2014

Boletim de Reapripriação

   O Lobo está aqui e decidimos falar sobre a nossa reapropriação do conceito de amor, porque isso é importante e pragmático e está acontecendo.

   Resolvi que essa coisa de amor era realmente necessária porque tem um aspecto ruim dos meus afetos que a palavra amor permite expressar... é tipo... como se eu precisasse descarregar um peso. Quem me lê de vez em quando, por aqui, já deve ter sacado... eu... preciso chorar no ombro de algum gatinho, dançar pra ele, ser querida, receber um carinho. Não sei se é como se fosse a minha vontade de submeter ou se é como se fosse o resíduo da minha destruição dos velhos conceitos.

    Parto de uma experiência (é em que penso agora que posso confiar): sinto que existe uma coisa além do desejo a que eu preciso dar atenção e pra isso eu preciso de um gatinho e ele tem que ter algumas características. Tem a ver com merdas da minha forma de ser, provavelmente, com carregamentos de mentiras que eu engulo.

    Vou chamar essa merda, tanto o possível fenômeno (precisar descarregar uma coisa inominável em uma relação com um ser que precisa ter algumas características distintas) quanto meu sentimento a esse respeito, de amor.
   Nesse sentido, me oponho à antiga forma de conceber amor do Romeu: ele dizia que Amor era Idîn, união pura. Não acho isso. Amor é isso que eu falei.

   Se eu disser "amor", minha providência vai ser explicar o que é amor pro meu interlocutor, sempre e sempre. Vou evitar essa palavra, porque as pessoas sempre esquecem do que a gente está falando, inclusive a gente mesma. Mas vou usá-la quando for necessário. E então vou descarregar essas lágrimas que precisam sair, lixo-social, resíduo de relação dependência que me atravessa.

    Tomarei cuidado, porque não posso tornar esse descarregamento num fim em si mesmo... "amar é ontologicamente bom". Não, não. Amar é bom em alguns contextos específicos. Queria apenas desejar, se isso não fosse ignorância. Queria que não houvesse resíduo. Queria não ter dor pra compartilhar. Mas tenho. A gente tem. E tudo bem. Mas as relações que eu quero construir não devem ser apenas amor, compartilhamento de dores, de resíduos de atravessamentos indesejáveis. Devem buscar evoluções e revoluções.

   O que acontece é que, em geral, pras pessoas que criam conceitos específicos pro amor, elas acabam usando o amor de dois jeitos: um deles é o que criaram, geralmente melhor, instituinte, crítico. Mas, por forças do atravessamento, acabam usando o amor do jeito tradicional, tanto porque as outras pessoas todas entendem assim (afinal, é a mesma palavra, de qualquer forma), quanto porque elas mesmas acabam regredindo à forma de amor tradicional pela força que isso ainda tem nas suas práticas conscientes e/ou inconscientes.

    Por isso que não vou me deixar fazer isso.
    Por isso que sempre que eu disser amor, vou dizer "amor, que eu entendo como "poder compartilhar a dor, o resíduo, o indesejável, etc.";
    É ruim, e é escroto, e é o que só se pode compartilhar quando se tem a certeza de não precisar ser vendido;

    Abraçocas e lambidas,
    da Lilá e do Lobo (na coleira);

    Amo vocês
    (no sentido de amor que eu falei antes)

quinta-feira, 20 de março de 2014

Equinócio

    A primeira e mais bela folha encontra o chão e então sabemos que é outono.

    A natureza é tomada no sentido de ciclo, mas não o ciclo da "bicicleta", apesar do pesar.
    Essa natureza  —  que cuida dos ciclos, que assiste o todo, natureza em que a crise é um novo começo, do desapego sutil à ordem do asfalto e que equilibra-se no desequilíbrio — não permite, afinal, que seu equilíbrio, próprio do ciclo, seja o da balança, o da quantificação, o da métrica.
 
    Por que foste cair, ó folhinha mais bela, se te queremos em nossos ramos, em nossos abraços?

    A folhinha brilhava sob o Sol e agitava-se com o vento, enchia-nos de energia, do tronco às raízes. Alimentava-se do mundo, de sua fascinação pelo céu, pelo Sol e pelo solo. Enchia-nos, desde que surgiu nesta árvore, com a doce energia que apenas o seu singular contato com este mundo poderia produzir.

   É difícil escrever sobre essa folhinha agora. Lembramos de como ela nos abraçou forte. Lembramos de uma sinceridade de dizer, de ser e de nos afetar (com afetos). Lembramos do seu convite a deslisar, com ela, como ela, no vento, e sentir (novamente ou pela primeira vez) o que a nossa noção de natureza tornou incomunicável.
   E é difícil porque continua incomunicável.

    Em solidariedade a todos os que conheceram e aos tiveram a oportunidade de conviver com Daíse Duarte Lopes, uma pessoa que conheci muito menos do que gostaria, mas que me marcou com valores, afetos e saberes que jamais vou esquecer.
    Em homenagem a uma amiga insubstituível.

    É difícil de acreditar.

domingo, 16 de março de 2014

Lua Cheia: Máscara

    A Lilá quer que eu escreva, mas é Lua Cheia e eu não quero escrever.
   A você que me lê: escrever é o que resta a um lobo na coleira. Saiba disso.

   A Lilá era a máscara e então aproximava-se o vetor de nosso desejo.
   A Lilá tinha "vontade". Isso significa que ela combatia o desejo. Ela tinha vontade de "afundar" na menina pra não nos deixar fazer o que eu queria. 
    Isso, por sua vez, significa que a Lilá queria abracinho e queria palavrinhas e queria acabar chorando no ombro.
    Eu queria o acasalamento.

    Entenderam? Quer dizer... "querer" é uma palavra social-democrata.
    Queremos almoço e queremos abraço, mas também queremos morrer. Quer dizer que desejamos almoço e abraço e temos vontade de morrer.
    Mas eu achei que pararíamos com as rupturas esquizo-paranoides. Nem sei por que isso é importante. Só não sei lidar com isso que a Lilá quer colocar pra fora. Acho que é um resíduo... e eu espero francamente (de verdade) que seja um cadáver. Aliás, dois cadáver. Aliás, três cadáveres. Quatro.

    Desejo quatro mortes, quatro destruições, e isso pode acontecer com sangue ou se a etiqueta for rasgada porque realmente não funciona mais. Mas o segundo jeito é duvidoso e, pra funcionar, será preciso confiar no humano que surgiria de minha suposta impotência: um que pode construir dispositivos que funcionam com aquela precisão que é impossível de registrar. Não sei se esse humano já existe. Por enquanto, ainda sou só eu lidando com as impotências da Lilá.

    A menina nos etiquetou e disso eu nem preciso falar muito. É obvio e acontece assim o tempo todo. Mas é interessante registrar quando acontece, acontece, acontece...

    "Cachorro mau!" 

(isso significa que, no mercado de cães, temos o valor do desejo das pessoas por um cachorro, descontando-se a vontade delas de evitar alguém que questione sua ordem);

    Antes de nos etiquetar, ela estava conversando conosco de muito-muito perto. No dia seguinte ela não lembrava dessa parte e nos evitou um pouco, mas nós havíamos sentido seu hálito muito perto do nosso.

    O único problema foi que o resultado da soma [desejo + (vontade)] não foi muito positivo. Quer dizer, foi o suficiente pra vencermos um pouco a vontade que a Lilá tem de se aprisionar, mas não o suficiente pra calar a sua vontade de perdoar as coisas que não precisam de perdão.

    Então ela perdoou. Mas eu não perdoo.
    E este texto não repara nada.

    implacável (Lua Cheia) + (-domesticação) =

sexta-feira, 14 de março de 2014

Novo vetor.

Dance comigo,
Meu novo vetor,
Me encante e vamos encontrar nosso sono.

Afundar em você pode ser a solução,
Quero ser excedida, será que é possível?
(ser excedida conosco no mesmo nível!)

Me findar em você pode ser gostoso,
Você pode ser gostoso,
Meu vetor e meu combustível.

Quero morrer em você;
Há algo em mim que quer se deprimir em você.
Cair em você.

Afundar em você pode ser a solução,
Quero uma surpresa, será que sim?
(esperando a surpresa se surpreender mesmo assim...)

Desfiar em você pode ser gostoso,
Afiar as unhas, arranhar, meu gozo,
De novo e de novo e ainda estou a fim...

E então vamos encontrar nosso sono.

Afundar em você pode ser precipitação.
Ser excedida e me sentir tão falível...
Ser ex-cindida, e diluir-me no possível.

Me fundar em você pode ser perigoso,
Não haverá desposo,
Meu vetor-combustível

E  tão substituível
E tão destrutível...



Li
Lá.
<3

segunda-feira, 10 de março de 2014

(Produção em) série Desposicional

   De um algo que dizem que nos constitui, dizemos que nos coagula;
   a gente não é "eu" e "você", recipientes com conteúdos sólidos, ou líquidos que terão a mesma cor nos tempos t=1s e t=1,0001s. Imagine a quantidade de líquidos que você tem no corpo. Agora imagine uma etiqueta que quer te vender (acho isso funciona muito desse jeito mesmo) como um único líquido, por mais específico que seja; 
    você pode vender um cão como manso e então provavelmente ele vai morar na casa de um estranho com dinheiro suficiente para comprá-lo. Ele pode passar a latir e acoar à noite, tentar fugir, sair, voltar pra antiga casa; o cão foi vendido como um ontos "manso".

    Não é como se tudo fosse incompreensível o tempo todo. A gente pode fazer umas ferramentas pra entender as coisas ou recortes das coisas... e quanto mais a gente souber dos limites dessas ferramentas, menores tendem a ser os limites reais dessas ferramentas.

    Mas o cão não "era" manso;
    Podia até "estar" manso.

    à noite, a Lua pode estar crescendo, crescendo... o cão vira um Lobo e devora o homem que era estranho e tinha dinheiro suficiente pra comprar um cão manso. A etiqueta funcionou para vender, mas depois não funcionou para um homem e, enfim... ele virou comida de Lobo. Não vejo por que isso não poderia acontecer;

    aí nos dizem que somos mansos ou a gente lê coisas e ouve coisas e se olha e então conclui que é manso... ou que é perigoso, ou que é louco, ou que é foda-se. A gente toma medidas pra libertar isso que é manso, pra proteger o que merece ser protegido de nossos perigos, pra compreender o louco, etc. Mas então ficamos um tempão gigante trabalhando em cima de uma etiqueta que era pra ser descartável.

    O que me produz como cachorro manso?
    O que me produz como cachorro perigoso?
    E como cachorro louco?

    Talvez possamos ser mansos quando não nos vendem, perigosos na casa de estranhos e loucos quando a Lua chega. Tanto faz.

    o importante é poder queimar e imprimir etiquetas.

    Lilá.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Autoanálise

   Dentro do ônibus e o cabelo desgranhado e o batom borrado e a roupa amassada e todos ao redor estão assim também.

    Prepara-se um brilho especial para cada dia. Assiste-se o brilho morrer aos poucos no cansaço da semana e tudo se vai com a água do chuveiro quando — chuáá  — a gente liga. A gente deixa morrer os pequenos sonhos. Desejinhos. Viram sujeira do dia de trabalho, do dia de escola, do dia de solidão. Escorrem.

    Muito sabão é importante pra limpar todos os nossos sonhos de criança que atrapalham a agilidade e o pragmatismo no nosso dia na linha de produção. Será que lembramos dos porquês que nos trouxeram aqui?
 
    É muito fácil, se você ainda lembrar.
 
    O cabelo desgranhado, o batom borrado e a galera suada no ônibus, a roupa amassada. Se isso tudo é o jeito que você inventou pra ir além, pra ser e construir o que você quer, acho que está tudo bem.
    Dê a você mesmx um momento de autoanálise.
    Olhe pra você mesma, pessoa ao meu lado no ônibus: eu sou a Lilá, toda desajeitada e não muito desejável assim como estou. Você é o quê?
 
    Deve parecer que muita coisa está te incomodando. Sempre percebo que estou muito incomodada. O mundo é um lugar difícil, estamos com sono, ou com dor nos músculos, ou sentindo um cheiro desagradável, ou repetindo um processo ou um caminho pela milionésima vez.
    É hora de olhar para você mesmx.
    Olha só, você está mesmo aí.
   Este é o seu mundo, você faz isso que chateia tanto... mas tem seus motivos.

    Então você olha pra você mesmx e sente o que está ao redor.
    E pensa em tudo isso que está te incomodando.
    E então você dá um nome: cansaço.

    "Pode ser cansaço"

    Então é cansaço e tudo funciona como num esporte: a gente luta e luta e é difícil vencer, mas é só um momento. É um momento de dor e a vitória está logo ali, então podemos dar tudo de nós.
    Ou pode ser aquilo que esteve acontecendo em casa, ou no trabalho, ou na escola. E então são só problemas e sabemos onde eles estão, mas as coisas simples estão ao nosso redor. Tudo pode ser superado e as pessoas que não conhecemos estão ao nosso redor pra serem conhecidas e os momentos que não vivemos estão em cada molécula de ar que poderia estar um pouco mais para a esquerda, para a direita, acima, abaixo. Compressão e expansão.

    Tudo isso pode ser mudado.
    Nenhum "para sempre" é verdade.
    Tudo é infinito ao nosso redor.

    <3 Lilá das anarquias.

segunda-feira, 3 de março de 2014

O velho plusteen está manchado de esquizofrenia.

   A noite sempre acolhe quem acolhe a noite. Isso é mentira.

   A noite acolhe o Lobo porque pra ele a noite é o escuro, a Lua Cheia e as estrelas.
   A noite não acolhe os neuróticos menos (e, sob outro olhar, mais) perfeitos. Não acolhe se a gente é recatada demais pra correr o risco de ser desagradável. A noite cristã não acolhe os esquizofrênicos: rasgamos nossas certidões de "boa pessoa"... Não há como prever.

   A gente acha que tudo está errado com esse ontos-ilógico. Mas sabemos, bem lá no fundo, que na verdade é nossa ontologia que está errada.

     A noite dos lobos acolhe os esquizofrênicos: eu dancei, dancei, e fui inaceitável para uma porção de pessoas mais higiênicas, mais orgulhosas, mais normais. Elas estavam lá no fundo enquanto eu dançava e então eu era parte do espetáculo: Lilá dançando e socando o ar, Lilá pulando, suando, ressoando.
 
    "Há algo de errado."

    Eu não queria que todos pulassem, gritassem, viajassem que nem eu. Eu era sem dúvida uma produção que funcionava em conjunto com aqueles instrumentos, com aqueles alto-falantes, que dava certo porque eu era alucinada e ativa, mas não era como uma prescrição: façam o que a moça-Lilá faz. Eu era arte e qualquer reprodução seria um plágio.

    Também descobri que há um pouco de paranoia na nossa culpa.

     Estão nos olhando o tempo todo.
    Sabem o que fizemos, sabem como, sabem por quê.
    Nós somos os responsáveis pelo mundo todo.
    Carregamos o mundo todo.

     "Muito prazer, meu nome é Jesus Cristo".
     E isso não chamamos de esquizofrenia...

sábado, 1 de março de 2014

Potência Revolucionária da Subjetividade

    Hoje é dia de Lilá, a agente revolucionária.
    "Muito prazer".
 
    Cinco da manhã: Lua Nova.

     Associe-se. Você e pessoas em quem você confia. Talvez pessoas que você não conhece tão bem assim sejam as melhores.
    Destruam tudo. Há alguma coisa que você não pode destruir? Talvez destruí-la seja a melhor coisa que você pode fazer agora. Argumente contra isso, se você sentir vontade. Essa é a sua resistência... a saber, um oponente. Por quê? Ué. Você não quer ser pleno? Ter capacidades "por si só", ao máximo possível? Ter "poderes" (já que Foucault colonizou nossa noção de "poder", no singular)?

    Pense no que você quer ser.
    Destrua isso.
    Pense de novo.
    Torne-se isso.
    Por que você não pode?
    Algo te impede?
    Destrua isso.
    Você não pode destruir?
    Algo te impede?
    Destrua isso.

    Talvez seu amigo veja melhor o porquê dos seus "não-poderes". Às vezes vai ser doloroso. Pense que a dor acaba logo mas o medo parece infindável. Seu amigo pode ser um alívio, um alento. Se houver muita dor, saiam.
     A noite é bonita. Há a Lua Cheia.
     Conheçam pessoas e mostrem pra elas as coisas novas que vocês têm, que vocês criaram, as mil junções de coisas novas que a busca incessante pelo que vocês querem ser trouxe.
      Se não houverem coisas novas, vocês estão fazendo errado.

      Todas essas prescrições são destrutíveis, se vocês realmente puderem argumentar.
     Ou não.

     Mas há a provocação: vocês não querem ser mais poderosos? E fazer mais pelos outros, não querem? E mudar as coisas, todas essas coisas erradas por aí? Se mudam sozinhas? Vale mais a pena o medo? Vale mais a pena a paz?

    A paz é destrutível por coisas piores do que eu, a Lilá enquanto guia da revolução subjetiva.

    A paz é destrutível pelo fim medíocre de todxs que optam pela paz.
    Bem-vindxs à guerra.

    Beijinho no ombro.
 
    <333 da Lilá.