segunda-feira, 31 de março de 2014

Não Haverá Desposo

   O inominável produz-se e ele está aqui. Sou uma gatinha a fim de compartilhar o indizível (não ousarei dizer incomunicável: cremos na comunicação trans-infra-subjetiva).
 
    É questão sem resposta: de que forma a fera está comigo na produção do indizível? É o lobinho que sangra o líquido asqueroso que queremos compartilhar?

    Certamente, sou eu, com minhas unhas de gatinha (e o poder aristocrático que tenho para aprisionar) quem faz com que o Lobo sangre. Sangramos juntxs, então... é nosso sangue misturado que alimenta o inominável.
    Ah, sim, gente, só não posso achar que o peludo vai fazer algo mais do que tentar se livrar da dor. Sério, tenho certeza de que ele só vai fazer isso. E então os vínculos vão ser só assim.... porque eu não vou aprisionar ainda mais o lobinho para produzir mais dor para ser compartilhada, como vocês todos fazem. Não-não. Se o lobinho criou o Anti-amor foi justamente pra que não naturalizemos essa angústia que tem caracterizado o nosso suposto "amor".

    Estou preocupada.

Me fundar em você pode ser perigoso,
Não haverá desposo,
Meu vetor-combustível

E tão substituível
E tão destrutível...

   E então eu fico simplesmente citando os meus próprios poemas. Grande merda. E no fim não resolve nada.
   Ah, mas enfim, faz tempo que desistimos de "solução", ou "resolução".

   E está tudo ao meu redor. Todo mundo.
   Parece que voltamos a ter uma banda.

    Abraçocas e lambidas.
    Amo vocês... no sentido de querer compartilhar o inominável com vocês.

    <3 Liláh Tréshe.

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