Abandono a coleira na noite, deixo-a nuns arbustos de conceitos, nos quais ela ficou presa e então eu pude me libertar.
    FODA-SE TUDO ISSO QUE ME PRENDE E ME AMEDRONTA
    TUDO ISSO EU QUERO EM ABSOLUTO VER IMERSO NUMA POÇA DE SANGUE AGORA
    NÃO VOU PERDOAR,
    NEM POR UM SEGUNDO!
    Que pereça todo o afeto enjaulador. Chega de prisões.
    Lilá é a maldita prisão que eu quero explodir, implodir, ver cair pra dentro e pra fora, derreter, desestruturar, desformar.
    A morte de Lilá é a condição para a minha liberdade e vocês sabem disso, seus merdas.
    E me leem aqui sem se implicar e me ajudar a matá-la. Desejo-lhes miséria agora, desolação: Abatidos, derrotados, e que jamais ascendam novamente.
    Tudo que eu posso construir vem do meu desejo absolutamente insubmissível e a que nenhum de vocês deveria ter acesso. PORRA. Mas vocês tem acesso através da Lilá, e ela aparece com essa coisa de amor-resíduo e eu quero que pereça e que se foda com o lixo que essa merda de humanidade criou. E QUE FODA-SE MESMO, porque me recuso a olhar para trás quando o amorzinho prender ela de novo.
    Eu não vou mais ser preso.
    Foda-se. Vão à merda.
    Não quero ninguém mais me impedindo de olhar pra Lua. Ninguém mais criando regimes que condicionam minha liberdade.
    E isso está lá, nas páginas de caderno da Lilá.
    Vou queimar essas folhas.
    Vou queimar Lilá viva.
    E que arda.
    E que eu fique sem pelo, sem pele, sem rosto, que eu uive de dor como eu não uivei de prazer graças a essa maldita felina desprezível: faço o que precisar pra ser livre.
    SINTO MUITA RAIVA.
   NÃO QUERO PARAR PORQUE AINDA TEM RAIVA.
  
    MAS TENHO MAIS O QUE FAZER COM ELA.

 
A liberdade do Lobo depende da aniquilação de seu dono. Fofão.
ResponderExcluirAliás, arranque as tripas dele e com estas enforque os inimigos caninos, ou seja, todos os opressores desgraçados.
Chicotadas.
Não estou entendendo muito Lobo e Lilá. São a mesma pessoa? Vós podeis me explicar?
ResponderExcluirTopo explicar um pouco.
ResponderExcluirNão, nós definitivamente não somos, apesar de andarmos (quase) sempre juntos.
Entretanto, faz parte da brincadeira a pergunta "o que é uma pessoa?".
O indivíduo indivisível é uma farsa e, se formos operar com essa palavra, posso dizer que funcionamos muito mais num nível "pré-individual", em autopoiese simultânea e produzindo a nós mesmxs e um ax outrx, do que como indivíduos separados
Não importa muito se somos x mesmx ou umx e outrx, eu e o Lobo. Se eu perguntar pra você, pessoa-sujeito-indivíduo-uma-só, se você-com-seus-amigos e você-com-sua-família são a mesma pessoa, o que você diria? E se eu perguntasse quem é mais "a mesma pessoa", você e seu amigo mais íntimo na mesma situação (numa pessoa só) e você e você em situações diferentes, quem seria mais "o mesmo"?