quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Lua Cheia: Despertar

O acordar da fera de dentro é no escuro.
Vou fazer-me ouvir bem no centro inseguro.
Escutou-me enfim e então entro em apuros.
Sinto ainda em mim dos seus dentes os furos.
São de outros breus, d'outras noites,
D'outros escuros.

Então começamos, porque eu acordo. E é nessa merda que eu acordo. Nessa merda.
Eu estou furioso porque me sedaram. Me deixaram no escuro e sem Lua por muito-muito tempo e isso me dá nos nervos a cada vez que eu me lembro.
Trago toda a fome de mil noites em que não uivei.

Tudo porque a Lilá tem que dizer: olá, eu sou Jesus, e o Romeu teve que brincar de literatura por tanto tempo. Estou farto e quero que ambos morram, que ambos me soltem, me deixem, me odeiem.
Não sou bom.
Não quero que vocês achem que eu sou bom.
Se eu precisar de afeto, vocês vão saber que é porque eu preciso, e vão se unir a mim porque sabem que é porque precisam. Não vai haver mágicas. Não vai haver truques idiotas. É risível, mas também irritante demais pra se rir, que eles tenham ficado tanto tempo fazer as coisas parecerem bonitas e aceitáveis enquanto eu acho que FODA-SE, eles vão entender quando a fome os alcançar como a mim alcança, quando a Lua estiver cheia pra eles também...

Escrever pra vocês já é irritante.
Tudo porque a Lilá continua no comando.
Vaca.
Vaca-vaca-vaca-vaca-vaca-vaca-vaca-vaca!

A gente nasce vai escolhendo amar e ficar preso, não odiar porque o amor é o único princípio. E a gente sofre por isso. As pessoas a gente eleva acima da gente. Os sentimentos viram dor. Fodam-se. A isso tudo eu quero devorar e transformar em cocô.

Cocô de lobo na grama verde de todos os lugares do mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário