segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Empatia


   Ele foi embora de novo mas deixou a sede de sangue.

   Estou aqui e sou forte e mato minhas fraquezas nos meus dois seios cheios de prazer.
   Estou aqui e o vento está entrando pela janela (finalmente) e batendo na minha cara. Não preciso dos óculos pra isso. Mudo de lugar pro vento me devorar e brincar de arranhar.
   Estou aqui comentando sobre como eu adoro me masturbar.

   O vento para e estou escrevendo. Agora o vento volta. Não sei mais se quero o vento no rosto ou enxergar mais do que borrões na tela do computador. Quem são vocês que me leem a final? Quem são vocês, letras que escrevo pra essa gente que não sei?

   A caneca laranja tem cheiro de leite de soja e isso é ótimo, porque significa que finalmente estou sentindo o leite de soja como "lar", como acordar de manhã e saber que o dia não é páreo para minha força, minha brincadeira de faz-de-conta.
    Daqui a pouco é hora de ser forte. Aperfeiçoar. Ser. Produzir. Tornar-se. Tornear-se.
    Agora é hora de amar.

    Talvez a melhor frase para o agora seja:

    "eu não quero que nada dure pra sempre".
    Foda-se. Eu não quero. Eu quero matar todos os devires que eu criei para manter as coisas de um jeito só. Eu (Lilá) não sou de um jeito só. Eu não sirvo de símbolo pra ninguém atingir um lugar. Eu sou um caminhar. Nem posso ser chamada de caminho porque nada está definido à minha frente. Qualquer direção pode ser a correta. Eu posso ser qualquer coisa. E, de qualquer forma, se pisar em mim, eu mordo, eu mato. 
    Posso ser um gato que brinca com formigas. Não saber o que é empatia.

    Empatia são besouros que grudam na minhas patinhas quando eu unho eles.
    Besouros em patinha.

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