A missão três é realmente um desafio.
Pense naquela pessoa que vem fascinando você há tanto tempo. Vivemos no capitalismo. Não finja que você não consome.
A missão três é: faça essa pessoa compartilhar um momento de desamparo institucional com você. Melhor: ofereça esse desamparo que você carrega, num momento, a essa pessoa. Compartilhe com ela da melhor forma que você puder.
Não é como se fôssemos vencedores simplesmente porque desconstruímos todas as importâncias. Você vai precisar de alguma prova de que você existe. E se você existe, deve ser através de um vir-a-ser. E se é assim, deve ser algo como um ideal do eu absolutamente imaginário. Um algo a consumir no futuro. A existência no capitalismo é esse sonho de consumo e, hoje, você vai se atirar na experiência sensível do seu consumo mais sublime. Faça devagar.
Há curtos-circuitos. Há falhas na comunicação. Há um não-dito. Tudo isso é basal para que as coisas permaneçam mesmas.
ACABE COM ISSO.
Você sabe descrever tudo isso que você sente. Você sabe criar a situação para dizer como tudo isso vem acontecendo. O seu fascínio: expresse como ele é. Expresse por quê. Seja ridículo. Você não quer ser consumido, a não ser que a pessoa-ideal-do-eu aceite consumir o inominável que você jogou na existência.
PARABÉNS, ISSO É O AMOR.
Tudo vai mudar. Ser consumido... se formos consumidos, tudo vai mudar. Mas não seremos.
É mesmo difícil pensar o que acontece se o momento de desamparo acontecer.
Queremos ser consumidos.
Esse é o nosso consumo.
Então há uma complexificação na missão três. Você não vai simplesmente jogar merda no ventilador com o seu ideal do eu. Você vai consumir. Aquilo estará na dialética do real. Posto à prova. Ou seja: você vai experimentar a realidade para desmentir a imagem ideal, mas não produzindo uma castração, e sim mostrando que a imagem não existe no totem onde você queria projetá-la. Ou seja, a missão três é isso.
A missão três é um teste de hipótese e você tem que fazer controlando as variáveis certas.
Abraço.
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