quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

   As coisas têm evoluído de maneira que... bem...

   Algum resultado na reconfiguração dos meus sentimentos eu obtive pela insistência da análise. A saber, talvez a insistência sobre uma síntese (no sentido Kantiano de juízo sintético) a respeito do meu apego à Koshka, que o situa como um engano pelo qual eu tenho responsabilidade parcial. Pelo que desisti de me enganar (supor que Koshka pudesse ser Φ -- uma espécie de complemento de tudo o que me falta), mas não preciso desistir de gozar daquilo que me é oferecido com tanta gentileza e carinho (ou seja, de a, alguém que materializa parte disso que me excede).

   No meu desamor, talvez uma dificuldade de enxergar adequadamente essa exceção... ou talvez porque o outro não se coloque nessa posição (e não é possível, nem a mim e nem a esse outro, ter certeza -- e, na verdade, nem a ninguém, resguardadas as proporções). Talvez alguma coisa possa ser feita a esse respeito... talvez, se uma parte de imaginário faz parecer que não há Outro nesse outro, esse imaginário possa ser substituído...? Talvez seja preciso que alguma coisa venha desde o outro lado (A)... posso acreditar que tenho algo a fazer aqui sem me enganar para além do que já estou enganado? Talvez seja mesmo me questionar, por enquanto, sobre o que seja isso que me impede de gozar dessa maneira sublime que é o contato com o segredo de uma Outra sensibilidade (e isso me faz imaginar ao menos uma situação em que, na verdade, isso é mentira - quero dizer, o juízo sobre esse "impedimento" não vale).

    Sinto que ainda há uma espécie de deslizamento para "Φ Koshka", como se as imagens atuais de outras situações de carinho escorressem para lembranças desse objeto. É um processo metafórico, no sentido que parece impedir minha metonímia de seguir seu caminho ao redor desse buraco que é o desejo (-Φ).

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