segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Reflexão sobre o que seria a relação com um Outro.

   Renascemos das cinzas.

   Volto a escrever porque sou obrigado - eis uma das sensações que provocam esse título. Uma noite ao lado de alguém que tanto ocupou esse espaço "a" (de objeto a) em nosso fantasma nos fez sonhar com uma outra pessoa (que ocupou esse espaço igualmente bem, pelo que ainda nos resta desse sonho nas entranhas). De fato, esses pequenos outros parecem falsificar ou simplesmente ilustrar aquilo de que "realmente" se trata. Assim, talvez, como falar de um grande Outro é falsificar aquilo de que realmente se trata ($, ou seja, nós mesmos, mas não esses que pensamos que somos, a imagem sempre distorcida que temos de nós, ou seja a').

    Dar conta teoricamente de meus problemas tem me afastado de dar conta deles.

    Sonhei. Um beijo no pescoço é um gesto encantador. Inclusive para se retribuir.
    Também uma beijoca nos lábios. Aquela do reconhecimento... do bonito reconhecimento que recebi anteriormente, que me deu mesmo essa sensação de beijoca - que é, com certeza, uma erotização da coisa, mas enfim. São mesmo essas pessoas que ocuparam esse lugar a no fantasma, que ultimamente estiveram me reconhecendo também um pouco nessa posição a, pelas quais me sinto muito confortável no a' (vivendo essa ilusão de mim mesmo). Essas pessoas é que aparecem (ao meu lado e no sonho), me fazem sentir essa sensação tão gostosa, essa tensão que nunca sara com a beijoca no pescoço do sonho ou o reconhecimento no cotidiano, e que parece mostrar onde eu gostaria de estar, ou o que é fundamentalmente S1 (o desejo do desejo do Outro), e demonstrar, pela cinematografia onírica, por que (ou melhor, pelo que) estou sempre em dívida: é pela beijoca no pescoço.

    Agradecimentos ao meu analista.

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