segunda-feira, 25 de abril de 2016

Nos Fascina.

    Que estejais dormindo ou acordados fazendo sexo enquanto enlouqueço
    Escrevendo poemas e ouvindo aquelas velhas canções ou vossos gemidos e pensando
    Algum desejo tão forte que beira o delírio de grandeza, eu digo, não é falta de simbolização,
    Vede como escrevo como vosso Messias sem o ser,
    Vede como a imaginação ali permanece;
    Se desejarmos demais, percebemos, teremos de provar nossa sanidade...
    Saibam, contudo, que sabemos com angústia que não sabemos o quanto, de fato, não sabemos,
    Que, angustiados nos divãs, nos perguntamos;
    E agradecemos, desde já, por vossa outorga;
    [Neurose]
   
    Retomamos: que estejais dormindo ou gemendo, como estivemos também tantas vezes convosco,
    Que assim estejam enquanto enlouquecemos, em busca de respostas para nossas inquietações desoladoras: nos fascina. 
    Nosso desejo é que essa cena toda seja vista e tratada com a honra que merecemos por nossa jornada noturna em livros e questionamentos.
    Morremos nessa presunção.
    Que vivamos, porém, da sinceridade de acreditar.

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