sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Infante Solitário


Ninguém lembra da sua presença
Ninguém ouve sua solidão
Não importa seu destino
Nada se sente por ele
Logo ele, tão sentido...
Tão singelo, tão puro
E tão menino.
Infância é muita pretensão
Pra quem precisa se proteger da policia
Se guardar da fome
Do frio e da cobiça.
Seu sorriso desdentado se esconde
Atrás das leis da rua
Iluminada pela mais vil injustiça.

(-Ah, se ele também pudesse comprar o que é seu por direito...)

Seu grito surdo ecoa desesperado
Parte em pedaços sua esperança de um pouco de amor e pão.
Quando se cansa de correr atrás da realidade
Busca a fantasia nas baforadas
Que por covardia e cega ambição
A saudável classe média lhe ofereceu.

Seus olhos mortos buscam vida
Por um descuido seu peito respira
Filho da traição
Sombra da guerra
E por ser assim tão em vão
E tão só
Abraça a tristeza
Que afaga seu coração pequeno...

É dever do homem proteger aquele que cresce.
Honrado é aquele que ilumina os caminhos do seu semelhante
Porque todo progresso é inútil
Quando a infância está perdida...


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