Falar de amor, como falar, depois de tudo?
Passamos tanto tempo aqui calados,
Tanto tempo no túmulo em ti e em silêncio...
Falar dos teus restos nos entremeios de nossos poros,
Tua sensação, no que sobra em nossos sentidos,
Entre a alma, lá é que estás,
Entre a alma e a pele.
Aí é que o toque qualquer, qualquer toque,
O toque de hoje,
É o teu toque. Na cela de nossas celas, lá estás,
No vazio do nosso tato.
Pingas por dentro que sou houvesses apenas,
Houvesse apenas tu.
Ali está tu. E te cobrimos de pele e de sangue corrente.
Ali estás, infinitesimal migalha,,
Pedaço de fogo.
Queima minhas entranhas e polui os meus encontros,
Vibra no meu centro como se tudo girasse no entorno,
Sol do meu corpo, queimando a ordenar meus planetas,
Estrela guia do horizonte diante dos meu olhos.
Esmaga meu coração, doçura encantada do meu amor,
Atrai meu todo ao redor, que assim podes,
Faz-me o pouco ao redor, como sempre,
Mas brilha pra mim, pra que em mim haja vida.
Linda estrela, estrela escolhida!
Romeu (psicografado)
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