domingo, 28 de julho de 2013

Carta à Banda

   Olá, amadxs.
   Este pequeno texto é, com certeza, o mais difícil (e, singularmente, o mais importante) que já escrevi neste pequeno pedaço do cybermundo-imundo. Dirijo-me, aqui, não só às bocas do rotaico, mas também a todas as lindas crianças pelas quais me apaixonei ao longo do ano passado (2012) e às quais, a partir de certa data, passamos a chamar de "Banda".
   Muitos de vocês jamais leram o que, a princípio endereçado apenas a vocês mesmos, escrevi por aqui. Outros, pararam de ler o que tenho escrito há algum tempo (o que posso considerar como fruto de meu relativo afastamento da cybercoisa que chamamos Notchi Feliz, mas que também atribuo, ao menos em parte, ao processo do qual passarei a tratar mais adiante). Aos druguis da Banda que continuaram lendo isto aqui, mas também a todos os demais leitores, peço licença para abandonar, neste texto, boa parte do linguajar que tenho utilizado em meus escritos (e, mais ultimamente, esquematizado no dicionário), para que possam entender-me (sem desistir da leitura) todxs xs druguis que não estão habituados às nossas "impalavras".
   "Vossso humilde narrador" (eu mesmo), desde o início, tanto em nossos encontros quanto neste cybermundo-imundo e em todos os meios de nosso contato, esteve preocupado em transmitir algumas mensagens, questionadoras do sistema  vigente (mesmo no "microespaço", falando de nossas pequenas ações do dia a dia). A Banda sempre foi um grupo diferente e especial, cujas atividades possuíam, em si, um sutil (porém poderoso) caráter de inovação e desconstrução. De certa forma, lidxs amigxs, era esse caráter o que tornava nossas reuniões e nossos contatos tão intensos e divertidos. Nossas notchis, agitadas e, ao mesmo tempo, acolhedoras e aconchegantes, eram-me importantes porque, nelas, podia-se respirar o ar de uma juventude amorosa, de um calor inspirador e livre. Tínhamos conversas profundas e, ao mesmo tempo, ríamos das piadas menos escrupulosas; Abraçávamos uns aos outros sem pudor ou remorso, mas também compartilhávamos nossos sofrimentos cotidianos e apoiávamos uns aos outros.
   O que me entristece a respeito de nossas notchis, entretanto, caros druguis, é que, como vocês já devem ter percebido, tenho de conjugar nossas melhores experiências e características no passado. Sinto que a maior parte do caráter revolucionário de nossos encontros, diálogos e discursos morreu, aos poucos, sem que percebêssemos. Entristece-me mais ainda pensar que, possivelmente, poucos de nós perceberam e hoje, como eu, sentem falta desse caráter.
   Nossas notchis deixaram de traduzir-se pelo amor que tínhamos pelo grupo e uns pelos outros e passaram a focar objetos x ou y, de modo que, atualmente, nossos encontros não funcionam se seu disparador não for um jogo, um show ou uma (e de preferência muitas, muitíssimas - heh) substâncias alcoólicas.
   Não há culpa nesse processo que aqui aponto (e vocês podem conferir minha posição a respeito de "culpa" em meu texto anterior). Mas há pelo menos um sujeito ferido por essa história, e sou eu, porque sinto falta do amor liberto e das conversas que, apenas com vocês, caros amigos, pude ter até hoje.
   Talvez este seja apenas o discurso saudoso de um jovem que distanciou-se de seus melhores amigos.
   Talvez não.

Romeu.

2 comentários:

  1. Muito parecido, mesmo, com o que eu estava pensando em escrever pra todos vocês, druguis... Banda.

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  2. Eu sempre achei linda a relação que a banda havia criado, mesmo que eu não entendesse alguns assuntos internos, às vezes. Eu fico feliz por ter podido "conviver" com a banda e acredite quando digo que aprendi mais com vocês do que teria aprendido sem, que eu aceitei muito mais o amor depois que vi-os falando nele, e da forma como falavam.
    Eu ficava pensando se ela seria, dentre tantos outros laços criados em algum lugar, ou a partir de algo, eterna. Mas como se é de aprender no caminho, não exatamente. De toda forma, obrigada druguis pelo mais pequeno e simples dîg recebido, que poderia encher os meus glazes de saudade, também, se caso eu não os tivesse conhecido.

    Aline.

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